Sábado à tarde e ele disse:
- Deixa que eu lavo a louça mais tarde. Talvez em agradecimento ao almoço gostoso, carinhoso e dedicado que ela fez.
Ela nem responde, vai direto para cozinha e começa a lavar, afinal, estava feliz por vê-lo satisfeito e com um semblante feliz no almoço.
Ele no computador, ela na cozinha... ele no banheiro escovando os dentes, ela já deitada na cama a espera dele.
E ele:
- Foi rápida hein!
Ela sorri.
Fazem amor apressadamente, num raro momento de silêncio, longe das crianças e de toda energia que elas têm.
Ele dorme e ela vigia o sono dele, num misto de vigilância e admiração por ter aquele homem ao seu lado. Ou quem sabe, questionando-se: porque será que se apaixonou por um cara como ele?
Uma pergunta realmente difícil de responder.
Por fim, ela dorme, depois de passar por todos os canais e não encontrar nada que a agrade.
Esse momento de ter a posse do controle remoto é um momento muito feliz para ela. Porque, na maioria das vezes, concede esse poder a ele, que insiste em colocar em canais de filmes de ação, jogos da NBA ou lutas de MMA ou UFC (coisa que ela não sabe a diferença).
Quando acordam, ele se levanta e vai ao banheiro.
Ele é tímido e fecha a porta.
Ela adoraria vê-lo no banheiro, mas nunca pediu isso. Acha lindo ver um homem fazendo xixi, na linguagem masculina "mijando".
Do quarto, ela fala alto:
- Meu bem, quero comer doce.
Ele entende o pedido. E volta com uma tigela enorme de sorvete de chocolate e bis de limão, numa escultura linda.
Ela come um pouco (bem pouco) e reclama que os doces sempre sabotam sua dieta.
Ele sorri, come tudo e nem se importa. Pois vê-la sorrindo com os olhos o satisfaz.
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