Ontem na Universidade assisti a um vídeo sobre a fome no sertão de Pernambuco. Sem uma palavra sequer, o vídeo narrava a trajetória diária de uma família de pai, mãe e sete filhos, num lugar inóspito, distante dos olhos das pessoas, afinal, quem se importa com a miséria, com a seca, com a fome, com a humilhação de pessoas que apesar das adversidades são crentes e por vezes ingênuas.
Imaginem o que é caminhar por 4 quilômetros em estradas de terra e chegar à escola, sem ter comido um pão sequer... e depois... mais 4 quilômetros em meio a um " sol de rachar" e agradecer a Deus por ter uma escola " mesmo precária" para estudar.
A dor de uma mãe em ver seus filhos chorando de fome e mesmo sentindo-se impotente, ainda os aninha em seu colo e os vê adormecer cansados e famintos.
E me pergunto: porque isso tem que acontecer? Somos o maior produtor de grãos do mundo e exportamos soja que alimenta os animais da União Européia. E as nossas crianças, nossos povo, nossas raízes, meus irmãos. Morrem no sertão ou tem uma sub-vida e quando, alçam outros vôos, migram para cidades maiores, como São Paulo, e morrem nas ruas, indigentes, muitas vezes pessoas que nem sequer fazem parte das estatísticas.
Há anos sofrem com promessas não cumpridas de governos corruptos e desinteressados desse povo. E quando chega a época de eleições, novas promessas virão, políticas assistencialistas surgem e muitos acusam essas pobres pessoas de " venderem seus votos", de também serem corruptos. Acredito que aquele que vive realmente em condições miseráveis e com poucas condições de vislumbrar algo melhor, se apega a primeira ilusão que lhe ofertam. Muitas vezes o que o motiva é a fome, seu maior algoz. E difícil acreditar mais isso faz parte da realidade de nosso país.
Portanto, eu que faço parte de uma minoria esclarecida, que teve excelentes condições de estudo, devo avaliar muito bem em quem votar nessas eleições e não fazer perdurar governos ineficientes, assistencialistas, sem políticas públicas para educação, saúde e que estamos submetidos há muitos anos.
Vote certo, consciente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário