Sonhei com esta música que quando dessa passagem de criança para adolescente cantarolava sem parar... Mas mesmo cantarolando estava atenta à letra (bem sempre estive atenta às palavras), que sempre foi muito tocante para mim. Hoje, numa cidade tão cruel e encantadora como São Paulo, impossível não lembrar da música e por triste fim saber que o que cantarolava há mais de quinze anos atrás ainda é uma triste e dolorosa realidade.
Um beijo carinhoso e muito especial a minha amiga Eiko que escutou algumas vezes essa música comigo.
Um domingo sem tristeza e melancolia, flores pelo caminho.
Beijos.
Jornais
Composição: Thedy Corrêa
Quantos filhos esperaram a chegada de seus pais
Tantos deles não vieram Não chegaram nunca
A calçada não é casa, não é lar Não é nada
Nada mais do que um caminho que se passa
Tão estranho pra quem fica... pra quem fica
As palavras no asfalto, nessa vida são tão duras
O carinho não consola mas apenas alivia
A calçada não é cama Não é berço Não é nada
Nada mais nos faz humanos sem afeto
E o medo é um abraço tão distante de quem fica
Onde vai?
Nós estamos de passagem
Onde vai?
Onde a rua nos abriga
Onde vai?
Estamos sempre de partida
Onde vai?
Onde a rua nos abriga desse frio
As pessoas que se enrolam nos jornais não são mais notícia
Elas não esperam de um papel de duas cores mais que um pouco de calor
A calçada não é pai Não é mãe Não é nada
Nada mais do que um abrigo, um refúgio
Tão estranho pra quem passa... Pra quem passa
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