Música para ouvir
Arnaldo Antunes
Música para ouvir no trabalho
Música para jogar baralho
Música para arrastar corrente
Música para subir serpente
Música para girar bambolê
Música para querer morrer
Música para escutar no campo
Música para baixar o santo
Música para ouvir música
Música para ouvir música
Música para ouvir música
Música para compor o ambiente
Música para escovar o dente
Música para fazer chover
Música para ninar nenê
Música para tocar novela
Música de passarela
Música para vestir veludo
Música pra surdo-mudo
Música para estar distante
Música para estourar falante
Música para tocar no estádio
Música para escutar rádio
Música para ouvir no dentista
Música para dançar na pista
Música para cantar no chuveiro
Música para ganhar dinheiro
Música para ouvir música
Música para ouvir música
Música para ouvir música
Música pra fazer sexo
Música para fazer sucesso
Música pra funeral
Música para pular carnaval
Música para esquecer de si
Música pra boi dormir
Música para tocar na parada
Música pra dar risada
Música para ouvir música
Música para ouvir música
Música para ouvir música
14/10/2008
02/10/2008
Narrativa da fome e política assistencialista
Ontem na Universidade assisti a um vídeo sobre a fome no sertão de Pernambuco. Sem uma palavra sequer, o vídeo narrava a trajetória diária de uma família de pai, mãe e sete filhos, num lugar inóspito, distante dos olhos das pessoas, afinal, quem se importa com a miséria, com a seca, com a fome, com a humilhação de pessoas que apesar das adversidades são crentes e por vezes ingênuas.
Imaginem o que é caminhar por 4 quilômetros em estradas de terra e chegar à escola, sem ter comido um pão sequer... e depois... mais 4 quilômetros em meio a um " sol de rachar" e agradecer a Deus por ter uma escola " mesmo precária" para estudar.
A dor de uma mãe em ver seus filhos chorando de fome e mesmo sentindo-se impotente, ainda os aninha em seu colo e os vê adormecer cansados e famintos.
E me pergunto: porque isso tem que acontecer? Somos o maior produtor de grãos do mundo e exportamos soja que alimenta os animais da União Européia. E as nossas crianças, nossos povo, nossas raízes, meus irmãos. Morrem no sertão ou tem uma sub-vida e quando, alçam outros vôos, migram para cidades maiores, como São Paulo, e morrem nas ruas, indigentes, muitas vezes pessoas que nem sequer fazem parte das estatísticas.
Há anos sofrem com promessas não cumpridas de governos corruptos e desinteressados desse povo. E quando chega a época de eleições, novas promessas virão, políticas assistencialistas surgem e muitos acusam essas pobres pessoas de " venderem seus votos", de também serem corruptos. Acredito que aquele que vive realmente em condições miseráveis e com poucas condições de vislumbrar algo melhor, se apega a primeira ilusão que lhe ofertam. Muitas vezes o que o motiva é a fome, seu maior algoz. E difícil acreditar mais isso faz parte da realidade de nosso país.
Portanto, eu que faço parte de uma minoria esclarecida, que teve excelentes condições de estudo, devo avaliar muito bem em quem votar nessas eleições e não fazer perdurar governos ineficientes, assistencialistas, sem políticas públicas para educação, saúde e que estamos submetidos há muitos anos.
Vote certo, consciente.
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