Melancolia, de Lars von Trier

Como é estar prestes a uma explosão de sentimentos e a colisão de um planeta com a Terra?


Impossível, não para Lars von Trier, que em seu último filme, entitulado Melancolia faz uma metáfora do sentimento ou estado melancólico (como prefiro referir) a um choque do planeta Melancolia com a Terra. Porque é exatamente isso. A depressão em que se encontra a personagem Justine ( Kirsten Dunst) é como um planeta que choca-se como seu mundo e de todos que a rodeiam.


Von Trier disseca esse estado melancólico, justamente num dia que seria impensado: o casamento de Justine, uma publicitária bem sucedida, amada e por vezes, odiada pela irmã Claire (Charlotte Gainsbourg), a tia incrível como afirma seu único sobrinho e adorada pelo noivo Michael (Alexander Skarsgård). E o diretor segue, observando com sua câmera-personagem, todos os personagens, principalmente os pais, família e o chefe de Justine, para que o espectador possa entender o porquê de tanto pavor e medo de seguir. 


Justine está amarrada a um modelo de pessoa "feliz e funcional". Não deseja seguir esse modelo, aliás, não está certa disso, e seu estado melancólico, muito bem demostrado pela excelente interpretação de Dunst, a conduz ao choro, desespero, dor física, descontrole, típicos do estado patológico depressivo. 


Um excelente filme, com uma fotografia irretocável e uma trilha sonora estupenda. 




Recomendo.